20 de junho de 2012

UM FESTIVAL QUE PREZA OS ESTREANTES

Domingo, dia 17.06, tive a oportunidade de conversar com dois jovens realizadores: o argentino Emiliano Romero do filme "Topos" e  o equatoriano Tomas Asturdillo, do curta " Oceano Sólido".
Emiliano é natural de Buenos Aires, vem de uma família de atores de teatro e traz em seu currículo 35 curtas-metragens de diferentes gêneros.
Assim como a maioria dos profissionais da indústria cinematográfica, ele exerce uma outra função: a de professor de interpretação de atores para cinema. São nestas aulas que os curtas são realizados.
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Durantes as filmagens de Topos/Divulgação
Pergunto à ele o que o levou a fazer " Topos", seu primeiro longa. " Gosto de fazer histórias, que me levem à outros mundos"- responde entusiasmado. A incursão por estes mundos desconhecidos tem a influência de "Delicatessen", seu filme predileto e de alguns diretores como: Terry Gilliam ( Brazil, o filme e os 12 Macacos)  e Michel Gondry ( Brilho eterno de uma mente sem lembrança). Com relação aos diretores latinos, ele destaca " Ensaio sobre a Cegueira" de Fernando Meirelles e Leonardo Fávio, seu diretor argentino preferido, que foi homenageado pelo Cinesul em 2007.  Segundo ele, a boa aceitação de "Topos" deve-se ao tempero e a visão  latina que ele acrescentou às suas influências, tanto é que ficou impressionado na sessão do dia 15 quando viu o público carioca às gargalhadas durante a exibição, apesar do filme não ser uma comédia.
Para um inciante de longa-metragem, Emiliano começou com o pé direito! Topos recebeu  o prêmio de melhor filme no Fantaspoa, o Festival de Cinema Fantástico de Porto Alegre e em agosto o filme seguirá para o Festival de Nova York.
Em setembro o filme estreia nos cinemas de Buenos Aires e também em 50 centros culturais espalhados por todo país. A ideia de usar os centros culturais como espaço de exibição surgiu durante uma conversa com um dos atores do filme. Segundo ele, estes centros culturais não tem tradição de exibir filmes e "Topos" abrirá um nicho para a exibição, um dos grandes gargalos do cinema independente.
Durante nossa conversa, Eniliano me explica como funciona o sistema de fomento para a produção de filmes na Argentina. Nosso hermano portenho não tem editais de empresas públicas e/ou privadas como aqui no Brasil. O INCAA. Instituto Nacional de Cine y Artes Audiovisuales, recolhe 10% da bilheteria de qualquer filme em exibição em solo argentino e a partir daí financia os filmes. 
Emiliano já teve dois curtas exibidos no Cinesul no início dos anos 2000 e conclui: " A cidade do Rio é perfeita para um artista!" 
O Equador também faz filme


Tomás Asturdillo no CCC
Ele é natural do Equador, tem 27 anos  e dirigiu seu primeiro curta-metragem, seu nome é Tomas Asturdillo.
Sua área de atuação é a fotografia e a assistência de câmera. Contudo, a idéia de realizar "Océano Sólido"  o fez vencer um grande obstáculo: deixar a parte técnica de lado e lidar com o humano, a direção. Este desafio se tornou maior a partir do momento que o tempo de filmagem era limitado.
" Océano Sólido" é o registro da rotina dos marinheiros que sairam de
Rotterdam rumo ao Equador., filmado com recursos próprios e com o apoio de algumas empresas. Com relação a participação de festivais, o Cinesul é seu primeiro festival internacional.
Segundo ele, seu país teve uma revolução na indústria audiovisual. Há 10 anos, o Equador produzia de 2 a 3 longas por anos e hoje já são 10, mas infelizmente não há programas de formação de público para o cinema equatoriano.
Contudo, o simpático diretor está em clima de festa! Em julho seu filme vai participar de um festival de diretores jovens em Portugal.






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